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É a banana comendo o macaco!

Educação é aprender a ser um ser humano mais completo ganhando conhecimentos que garantam seu desenvolvimento físico, intelectual e moral. Eu, professor Chiarella, praticamente só escrevo sobre Educação, mais detalhadamente o aprendizado das nossas crianças e dos jovens. Agora, vou me deter para comentar o significado de educação na linguagem popular. Em algumas casas de agora e em praticamente todas de muitos anos atrás, essa palavra implicava em respeito, especialmente aos mais velhos e àqueles que detêm posição diferente da nossa na sociedade. Quem nunca ouviu do pai ou da mãe: Tenha educação quando responder!

A Educação vai além de dividir e repassar conhecimento. Muito mais do que o conteúdo intelectual, educação é dar exemplo. Estatisticamente, na denominada Pirâmide do Aprendizado, 95% quando você ensina é assimilado, 70% do que se discute e se reflete sobre o tema, 10% do que se lê e 50% do que se ouve e vê e uma grande percentagem do que se vê de exemplo. Com esses números, que podem variar aqui e ali dependendo do enfoque da pesquisa, quero me ater à Comissão Parlamentar de Inquérito, a CPI da Covid-19, que transcorre no Senado Federal. Nas boas escolas os verdadeiros mestres estimulam os jovens a ficarem atentos à democracia, ao regime que vivemos aqui no Brasil.

Aí, ligamos a televisão e nos deparamos com o show de horrores protagonizado por alguns senadores. Claro que não dá para generalizar, mas vários agem de forma completamente desequilibrada. Eles invertem a máxima do Direito de que todos são inocentes até prova em contrário. Para alguns senadores todos são culpados, inclusive as pessoas convidadas e não as convocadas, para participar. É preciso que fique claro que ali ninguém é réu! Muitos dos senadores da CPI possuem com longa ficha – a popular capivara – de discussões com a Justiça. Isso me lembra do ditado que diz: é a banana comendo o macaco!

Muitos dos professores ensinam os alunos nas salas de aula que a democracia é o melhor regime para se viver. Os senadores foram eleitos pelo povo de vários Estados brasileiros para nos representar. Eles trabalham na denominada Casa do Povo e em nenhum momento deveriam agir como se essa casa fosse deles e não do Brasil inteiro. Tenho observado que vários perguntam e querem determinar a resposta ao convidado, seja ele quem for. Os assim chamados nossos representantes dão um péssimo exemplo de cidadania às nossas crianças e aos nossos jovens. Péssimo!

Eles tratam de forma desumana quando o convidado não lhes dá a resposta que esperam. Faltam com a educação, o que mereceria de algumas mães, sérias reprimendas. Basta lembrar um pouco do passado. Nas boas escolas pedimos às crianças e aos jovens que tenham autocontrole, que tratem os outros com respeito e educação. Na CPI o presidente não exerce sua função de presidir. Ele determina o que quer ouvir. Tudo o que vemos escrito sobre colonialismo nos livros de história, ali nessa reunião dos nossos representantes, vemos na prática atos dos mais abusivos de atentado à democracia. Justo eles, que representam, ou deveriam representar, o regime democrático.

Esta CPI serve de exemplo. Não posso negar que eles auxiliam muito os bons professores dentro das salas de aulas. Como exemplo negativo dado ao vivo nas tevês de todo o Brasil e do mundo, eles apresentam às nossas crianças e aos nossos jovens tudo o que não se deve fazer com uma visita em nossa casa. Os senadores claramente colocam o interesse pessoal à frente daquele de toda a população brasileira. E aqui não vai nada de partidarismo e nem de direcionamento político. Eles querem demonstrar um pseudointeresse coletivo. Nas salas de aula os bons professores devem continuar a exaltar a democracia como a melhor forma de governo e não podemos generalizar e dizer que todo político não é honesto. Existem pessoas boas e preocupadas com o bem estar da sociedade e queremos que as futuras gerações vejam bem essa diferença. Repito quantas vezes for necessário e jamais me calarei: o único caminho para o Brasil está na Educação!

José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida. Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.