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É preciso parar para recomeçar

Por mais que os dias atuais nos levem a manter intensa atividade, em todos os segmentos da vida é preciso dar uma pausa para refletir. Refletir significa parar para avaliar o que tem sido feito e, eventualmente, mudar o rumo. Nada melhor do que dar um breque na correria para reavaliar os caminhos. O grande Oscar Schmidt, um dos maiores jogadores de basquete da história, dizia, com sabedoria, que o descanso faz parte do treinamento. Não adianta tentar treinar, trabalhar, 24 horas por dia todos os dias do ano. Mente e corpo carecem de um tempo em que o foco esteja direcionado para outro lado, seja de lazer, numa festa ou simplesmente sem fazer nada, o chamado ócio criativo, como escreveu em seu livro o italiano Domenico De Masi. Assim, o recesso escolar e as férias fazem parte do trabalho dos professores e de todos ligados à educação, inclusive dos alunos.

Nesses momentos, mesmo de folga, o cérebro continua a trabalhar e consegue focar mais neste ou naquele assunto e fazer uma avaliação mais correta. Seja no campo profissional, nas questões familiares, na educação, na política educacional implantada no município, no Estado e até a nível federal. Esse nosso pit stop deve ser semelhante aos feitos nas corridas de Fórmula 1, onde o carro para no box, acertos são feitos e pneus trocados em instantes, pois milésimos de segundo podem significar a diferença entre vitória e derrota. Na vida fora das pistas – claro com menos rapidez – é preciso que sejam feitos alguns, talvez vários, acertos de rota e, eventualmente, substituição de peças, no caso, humanas.

As pessoas têm de estar preparadas para mudar o rumo, seja por alguns milímetros, seja uma guinada de 180 graus. Tudo depois de devidamente pensado, analisado e estudado. Os seres humanos de todo o mundo enfrentaram uma pandemia – ainda não finalizada – que modificou a vida de milhões, bilhões de pessoas pelo planeta. Todas as gerações, até mesmo os mais novos, enfrentaram as grandes transformações. A Covid-19 e suas inúmeras variantes também alteraram as relações humanas trabalhistas (home office), políticas (reuniões virtuais), familiares (conversas on line) entre outros pontos da vida cotidiana. Isso deu às redes sociais importância maior ainda nestes tempos e a tendência é que esse fato não só permaneça como também cresça.

Assim, na área educacional é preciso que, em primeiro lugar, os professores compreendam a carência dessas mudanças e as repassem aos seus alunos. É necessário que eles transmitam aos estudantes do Fundamental I, Fundamental II e do Ensino Médio o que pode ser coletado para a vida atual e futura das crianças, dos adolescentes e dos jovens, que estão sendo preparados para escolher profissões que serão abraçadas por eles em poucos anos. É urgente explicar a eles a utilidade, na vida diária, das matérias ensinadas nas salas de aula, ou seja, mostrar na prática o uso do ensinado nas salas de aula. Matemática é fundamental para quem quer ser médico, biólogo; geografia é essencial como conhecimento para advogados, e por aí vai. Para o perfeito entendimento, tudo o que é ensinado tem de ser ligado à utilização no futuro deles e o principal responsável por isso é o professor, que é a raiz do ensino nas escolas. Para que os frutos sejam bons é preciso que a raiz seja boa.

Esse desafio, de formar novas boas gerações, vem desde que o homem foi criado. Cada época com seus desafios diferentes e agora crianças, adolescentes e jovens precisam compreender a importância das redes sociais e como interferem na vida das pessoas. É necessário que entendam o propósito, os prós e os contras desse setor que veio para ficar e só cresce no mundo digital. Entender e ter responsabilidade no uso.

José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida e LIV (Laboratório Inteligência de Vida). Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.