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O papel de transformar vidas

A função dos professores, dos mais variados níveis do ensino, é muito mais ampla do que simplesmente repassar conhecimento de determinadas matérias. Os mestres, junto com as famílias, são importantes agentes transformadores individuais e da sociedade como um todo. A missão de pais, mães, tios, tias, avós, todos os responsáveis, é a de dar a base da educação para as crianças, que com o tempo se tornarão adolescentes, jovens e adultos, o futuro. A formação do caráter acontece, em geral, dentro das casas. É ali que eles devem ver e aprender a ter respeito, assimilar os padrões de honestidade, adquirir a noção exata dos seus direitos e deveres, colocar em prática a empatia e, principalmente, aprender a demonstrar amor ao próximo. A palavra amor, neste caso, tem o sentido que pode englobar todos os outros pontos, pois não se deve fazer aos outros o que não gostaria que fizessem para você mesmo.

Em resumo, as crianças, os jovens e os adolescentes devem receber esses ensinamentos básicos em casa e, na sala de aula, o professor busca complementar a tarefa de transformar, sempre para melhor, a vida dos alunos. Mestres que realmente amam sua dura, mas abençoadora profissão, detectam as individualidades dos seus comandados e trabalham para que os pontos positivos sejam potencializados da melhor forma possível. Os bons educadores não se limitam a passar o essencial conteúdo de suas matérias. Eles podem pegar um aluno com notas medianas e incentivá-lo a ver seu sonho profissional realizado. Sonhos como ser um grande astro da música, um atleta de sucesso, um artista de cinema, teatro, um médico, um engenheiro, um advogado ou um professor, podem ser estimulados no dia a dia em casa e durante as aulas na sala.

Os bons e atentos professores – entendo que a maioria é – também devem elevar o nível da autoconfiança deles em busca dos sonhos. No entanto, quando esses sonhos podem parecer inatingíveis, ou irreais, um redirecionamento, baseado no conhecimento que o mestre tem do aluno, é necessário. Perseverar em busca de algo não significa ser teimoso, pois o percurso pode muito bem ser corrigido e o aluno deve se conscientizar do lugar e da profissão que pode ocupar num breve futuro. Esse trabalho tem de continuar a ser feito pelo professor e pela família – sempre em conjunto – e as crianças, adolescentes e jovens têm de entender que uma correção (a velha e conhecida bronca), seja dos responsáveis ou dos mestres, é para o bem deles e nunca para o mal. Não existe outra maneira de transformar uma vida sem ser pela educação. E para que isso seja tornado menos complicado, os governos, federal, estadual e municipal, precisam fazer a sua parte.

De nada adianta ter uma escola com uma estrutura maravilhosa, repleta de equipamentos modernos e um professor com baixos salários e sem realizar cursos de atualização, o que o leva a ficar distante da realidade do dia a dia. Ao mesmo tempo também é inútil professores bem pagos e uma escola desestruturada, sem as condições adequadas para o ensino. Tudo isso, claro que no ensino público, depende dos investimentos governamentais, o que, muitas vezes, não acontece devido ao desinteresse dos políticos com o futuro das novas gerações. Assim como os políticos que não se preocupam com os cidadãos devem ser banidos (pelo voto) da vida pública, um professor que não ama seus alunos deve sair em busca de outra profissão! Ele não ama o que faz.

José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida. Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.