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O tempo… ah, o tempo!

O tempo foi dividido em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos, milênios e por aí vai. Tempo é algo relativo e que divide a opinião dos estudiosos. Apesar de serem contagens iguais para todos, quantas vezes as pessoas não se pegam falando que o tempo demora para passar, se arrasta, e, outras vezes, que o tempo foi rápido demais, voou, escapou por entre os dedos. Os jovens e os adolescentes torcem para que os meses e os anos andem mais velozes para atingirem a sonhada – para alguns – maioridade e terem a esperada autonomia para realizar o que consideram seus maiores desejos.

Já os mais velhos, em geral, acham que os ponteiros do relógio estão muito acelerados; as voltas no mostrador são rápidas demais. Tempo é uma palavra que pode ter muitos significados pessoais, e um provérbio português diz que o tempo é o senhor da razão. Nem sempre, nem sempre. Um fato é indiscutível: ninguém consegue recuperar o tempo que passou, seja bem ou mal utilizado. As pessoas perdem fortunas e as resgatam, perdem família e as têm de volta, perdem muita coisa e podem reavê-las. No entanto, aquele segundo que ficou para trás, jamais será vivido de novo. Pode parecer óbvio, mas é bem real.

Com essas máximas na mente, o que os pais e responsáveis precisam ensinar para as crianças, os adolescentes e os jovens é usar o tempo da maneira correta. No entanto, os mais experientes precisam demonstrar isso na prática, no dia a dia da família. Claro que todos buscam um bom emprego, um trabalho que além do prazer de realizar a função, lhe dê um bom salário no final do mês e segurança financeira. Isso é almejar tranquilidade material, bom saldo bancário, riqueza. Mas essa busca não pode ser à custa da vida familiar.

Quantas festas na escola dos filhos foram perdidas por uma reunião de trabalho, por atender um cliente etc.? Tempo irrecuperável, pois ele nunca mais fará as mesmas coisas. Rico mesmo é aquele homem ou mulher que é dono do seu tempo, ou seja, administra bem seus minutos, suas horas, seu dia da melhor forma possível, alternando o cuidado com o trabalho com a atenção à esposa, ao marido, filhos e netos. Quem faz isso com equilíbrio não é só rico. É milionário!

Crianças, adolescentes e jovens aprendem de várias formas. Pela observação eles assimilam 30%, enquanto que lendo ou ouvindo esse percentual sobe para 50%. Assim, pais e responsáveis que querem vê-los no caminho correto precisam dar bons exemplos visual e falado. De nada adianta chamar à atenção deles por dizerem palavrões, se na casa ou com os amigos é o que mais se ouve. Como eles podem apresentar boa educação se os exemplos do pai, da mãe, dos avós no trânsito e em outros locais deixam muito a desejar?

A garotada também tem de entender que a ideia de fazer duas ou três tarefas ao mesmo tempo – algo que eles tentam realizar constantemente – não é sinônimo de competência, muito menos de inteligência. É melhor uma por vez, e bem feita, do que todas pela metade. No mercado de trabalho existe um ditado que diz que meio oficial de tudo é oficial de nada. Grosso modo: é complicado ser encanador, eletricista, colocador de piso e pedreiro ao mesmo tempo. Os jovens, em sua natural falta de experiência, acreditam que podem fazer tudo. Não podem. E é função dos mais velhos mostrar o caminho a eles. Orientá-los a fazer uma coisa por vez e bem feita. Tudo de uma vez, em geral, não funciona a contento. Eles precisam aprender e saber administrar o tempo, aquele mesmo que não volta mais.

José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida. Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.