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Projeto de vida é desafio familiar

A inserção da matéria Projeto de Vida no currículo obrigatório das escolas do Ensino Médio é importante para os alunos se conhecerem e escolher a profissão que exercerão num futuro não tão distante. No entanto, essa opção por esta ou aquela área se mistura, muitas vezes se choca, com o que a família projeta para o adolescente ou jovem. Com certeza muitos conhecem pessoas que exercem de forma triste uma atividade, muitas vezes rentável financeiramente, mas com grande volume de saldo negativo na conta corrente da vida. A escolha da profissão que mais se adapta a determinado aluno deve ser feita por ele. Somente por ele. Claro, com a ajuda e orientação dos professores da escola e dos pais e responsáveis.

Esse tipo de opção deve ser trabalhado desde cedo na cabeça dos alunos com o objetivo de proporcionar autoconhecimento com o direcionamento para a área em que ele se sente mais confortável e que no futuro será seu trabalho, muitas vezes para o resto da vida. Os adolescentes e os jovens precisam ser orientados na escola e receber em suas casas o estabelecimento de suas identidades, com perguntas como ‘quem sou eu? é mais importante na minha vida ter ou ser?`, indagações que implicam em responsabilidade social com a profissão.

Essa escolha também precisa ser orientada pelos professores quanto ao mercado de trabalho do futuro, pois vivemos em constantes e diárias mudanças. Assim como a humanidade passou pela primeira Revolução Industrial, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, entre os séculos 18 e 19, temos pela frente o que podemos chamar de Revolução Tecnológica, da qual fazem parte a Indústria 4.0, com a integração de tecnologias digitais inteligentes em processos industriais e de produção, aliados à automação e, mais recentemente, à Inteligência Artificial.

Todas essas opções precisam ser apresentadas de forma didática aos alunos para que eles reflitam sobre seus reais interesses e direcionem a vida. Para isso é necessário que aprendam a planejar e é nesse momento que entra o processo pedagógico de ensino. Essa conscientização também tem de ter participação da família. Enquanto o professor apresenta as opções para o futuro, pais precisam ler os reais interesses profissionais na vida dos adolescentes e dos jovens. O essencial nesse momento da vida é buscar o que mais interessa a eles e não aquilo que a família sonha que sejam.

É o momento crucial para que a escolha – pode ser para a vida inteira – seja feita por uma profissão que eles amem e não uma que os deixará tristes e desanimados diariamente. O grande desafio da família é aceitar a escolha deles, que precisam ter paixão pelo que forem fazer. Escola e família devem se completar e não estar em lados opostos. De nada adianta os adolescentes e jovens seguirem os anseios de seus pais, que muitas vezes projetam nos filhos suas vontades e desejos não realizados. Todos precisam ensinar o melhor caminho, que é o da opção que dará alegria e será feita com amor.

Para trabalharem juntos e terem uma linguagem pedagógica comum, pais e professores carecem de entrosamento, que é feito através da participação em reuniões nas escolas, encontros individuais para avaliar os alunos, entre outras atividades conjuntas. Essas colocações devem valer tanto para as escolas particulares quanto para as públicas. Não importa onde determinado aluno mora.

O desenvolvimento tem de ser sincronizado entre as partes para que os adolescentes e os jovens possam acompanhar e ver o real interesse de todas as partes no seu futuro. Também deve ficar claro que não deve existir diferença entre escolas públicas e particulares. Os governantes, sejam municipais, estaduais e federais. têm de resolver eventuais lacunas entre esses dois importantes segmentos da sociedade.

José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida. Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.