Início » Responsabilidade compartilhada
Uma das grande missões de pais e responsáveis é auxiliar seus filhos, sobrinhos, netos, enfim, as crianças que estão sob seus cuidados, a se tornarem bons cidadãos para a sociedade. E esse trabalho, assim como quase tudo na vida, não pode ser feito somente por uma parte. Pelo contrário, precisa, e muito, da participação das escolas, especialmente dos professores, que são aqueles com quem as crianças têm seu primeiro contato na Educação Infantil, que vou chamar de primeira infância, e posteriormente, no Fundamental I. Estudos da doutora em Educação Eliábia de Abreu Gomes Barbosa mostram que a vivência de experiências na primeira infância é essencial para o desenvolvimento cerebral e para o aprendizado de habilidades cruciais. O motivo é que cerca de 90% do cérebro se forma até os cinco anos, evidenciando a significativa importância de se trabalhar bem nesse período.
Esses dados demonstram a enorme importância de os pais e responsáveis escolherem a escola em que os pequenos irão estudar, pois a educação básica desempenha um papel fundamental, uma vez que as crianças não só absorvem conhecimentos básicos, como também aprendem a conviver socialmente, a dividir e a assumir responsabilidades, assimilam noções de planejamento entre outros pontos essenciais na sua formação como cidadãos. Pesquisas destacam a correta educação infantil básica em um desempenho acadêmico superior ao longo da vida estudantil.
Por conta disso é que a escolha de uma escola de qualidade, seja pública ou particular, faz toda a diferença na estimulação do potencial das crianças. Nessa equação o papel da família tem um peso muito grande, pois é ali, dentro de casa, que eles assimilam muitas coisas que vão, de fato, promover o desenvolvimento integral. A boa relação dos pais e responsáveis com a escola é algo mais do que necessário, pois uma ajuda a outra na formatação do caráter de um cidadão útil para ele mesmo e para a sociedade.
No Fundamental II, quando crianças, pré-adolescentes e adolescentes caminham para o Ensino Médio, eles já devem ter adquirido certa autonomia para se relacionar com os companheiros de classe. Esse aprendizado deve ser desenvolvido, conjuntamente, entre os pais e a escola. No entanto, essa liberdade não implica em deixar a criança fazer o que quer e quando quiser e sim estimular o crescimento do potencial ainda recolhido neles.
Nessa fase da vida eles aumentam o conhecimento escolar e, especialmente de relacionamentos, pois nem tudo no longo processo estudantil é agradável e a convivência com esses novos fatos e colegas de classe, com quem nem sempre se entendem bem, integra o aprendizado. É nessa etapa escolar que os alunos passam a ver o professor com admiração devido ao elevado grau de conhecimento que o mestre apresenta. Nesse momento os educadores podem criar uma maravilhosa ponte entre o que o aluno é o que ele quer, ou imagina querer, ser no futuro.
Como já ficou claro, em todas as fases escolares a família tem papel decisivo, para dar suporte – não somente cobranças – às crianças, aos adolescentes e aos jovens em seu crescimento educacional, intelectual e moral. Pai, mãe, tios, tias, avós , enfim, os responsáveis, a família, formam o elo mais forte dessa corrente, que tem na escola outro ponto essencial, mas nunca mais importante do que a família.
No Ensino Médio os jovens carecem de aulas extracurriculares para localizar exatamente a profissão que pretendem seguir. Nessa fase eles já aprenderam a trabalhar em grupo, a concordar, discordar, a aceitar opiniões contrárias, a assumir a liderança e a assimilar ser liderado. Eles também já devem saber assumir, dividir e delegar responsabilidades, algo que será de grande valor na vida profissional, qualquer que seja o segmento que escolherem. Família, alunos e escola precisam cada vez mais compartilhar responsabilidades.
José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida. Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.