• Acesse as minhas redes sociais:

Início » Uma poderosa arma chamada amor

Uma poderosa arma chamada amor

O verdadeiro amor é um dos poucos, talvez o único sentimento que pode mudar a vida de pessoas, de cidades, países e até do mundo. Mesmo sendo muito estudada essa maravilhosa emoção humana continua a ser uma das menos compreendidas. Comandado por hormônios e fisiologia e até pela cultura, longe de querer esgotar um assunto inesgotável, em linhas gerais o amor é algo muitas vezes inexplicável que se sente por outra pessoa e, em alguns casos, por grupos, pela família, pela humanidade e até mesmo sexual. Afinal o que é esse sentimento? Os cristãos entendem que a maior demonstração de amor de toda a história foi dada por Jesus Cristo, o Filho de Deus, que veio ao mundo morrer e pagar os pecados dos homens na cruz do Calvário. Outras religiões também têm seus mártires, nenhum como o Salvador Jesus.

Os gregos tinham várias palavras para definir os tipos de amor. Três são mais conhecidas. A primeira, e considerada a mais importante, era ágape, citado como o amor demonstrado por Jesus, que se sacrificou na cruz sem qualquer interesse, a não ser demonstrar seu amor pela humanidade. Em resumo, o amor ao próximo (seja ele amigo ou inimigo, seja quem for e onde estiver) é um sentimento dedicado a todos e sem nenhuma perspectiva de ter qualquer retorno, semelhante ao que deve haver entre pais e filhos. O segundo tipo é o philia, definido como algo como grande amizade, lealdade à família, à comunidade. O filósofo grego Aristóteles entendia essa palavra como a mais elevada forma de justiça, pois, para ele, quando há amizade, a justiça é desnecessária, já que ambos crescem e se complementam na relação.

Outro significado dos gregos para amor é o que talvez seja o mais conhecido: eros, ou o amor erótico. Esse tipo é aquele demonstrado à pessoa escolhida para se dividir alguns bons momentos ou a vida inteira. É o amor romântico e muitas vezes está ligado à atração física, ao prazer, ao relacionamento sexual. Esse é o amor erótico. Deixando os filósofos gregos um pouco de lado, apesar da importância fundamental deles na história, o professor dos dias de hoje, aquele que se propõe a trabalhar com crianças, adolescentes e jovens, precisa, em primeiro lugar, amar a si mesmo, pois esse não é um serviço comum. Numa aula coletiva, com 25, 30, 40 alunos na classe, ele precisa ter a sensibilidade e perceber e trabalhar as individualidades. Ele precisa se amar e, principalmente, amar a profissão que escolheu. Quando consegue isso, transfere esse sentimento para o grupo que passa a entender o amor com que ele ensina e os mestres ganham a admiração de todos.

Professores de várias matérias podem e devem levar seus alunos a verem neles o amor pelo ensino, o amor pelo que fazem no difícil dia a dia. Usar Geografia, Ciências, Matemática, História, Educação Física, Biologia, Química, Física, enfim, todas as especialidades, para fazer o grupo entender que todos possuem um dom, seja ele qual for. Muitas vezes esse dom fica escondido e só será descoberto quando não só aquela criança, adolescente ou jovem, puder desfrutar dele, e sim quando os outros também tiverem essa oportunidade. Para que serve o talento de um músico, de um cantor, de um artista, de um pintor, de um escritor, se ele não apresentar suas obras para os outros? Assim é com o professor, pois ninguém se apaixona, ama a educação, a não ser que seja para transformar a vida de outras pessoas. Fazê-las mais capacitadas e preparadas a enfrentar as adversidades do mundo. Para isso é necessário utilizar essa grande e poderosa arma chamada amor, que é complementada com uma pitada de necessárias broncas, pois só se corrige a quem se ama.

José Roberto Chiarella, o professor Chiarella, é educador. Professor de Educação Física formado em 1986 e coordenador do Colégio Objetivo na Baixada Santista na cadeira de Direito e Cidadania e Formação para a Vida. Advogado com especialização em Direito Digital pelo Mackenzie e mestrado em Relações Internacionais Laborais pela Untref, na Argentina.